Este post é o meu presente para vocês, como agradecimento pelos comentários, presentinhos, cartãozinhos e principalmente pela paciência em esperar por notícias minhas e da mamãe.
Eu nasci no dia 15 de janeiro, uma terça-feira, às 8h37min., com 3,450 Kg e 51 cm. Foi tudo muito rápido. O seu doutor e o anestesista foram competentes e carinhosos com a minha mamãe. Ela quase não sentiu dor nenhuma, nem mesmo com a aplicação daquela coisinha chamada peridural.
Quando o seu doutor me tirou do meu castelo quentinho, eu chorei um pouco – acho que fiquei assustado quando vi aquela gente toda na sala branca iluminada – mas logo me acalmei porque senti o calor do corpo da minha mamãe. Nesta hora, ela só sabia falar “como ele é pequenininho!”, “que cheirinho gostoso de nenem” , “filhinho da mamãe, filhinho da mamãe”, “coisinha mais linda do mundo”, “bonequinho da mami”, “que presente mais lindo que o papai do céu deu”…depois ficou beijando meu rostinho e me melecando de lágrimas. Eu ouvi logo a voz do meu papai e fiquei quietinho, apertando meus olhinhos inchados. Ele também estava chorando! Neste momento eu pude concluir, lá com meu cordão umbilical, aquilo que eu já deduzia quando estava no meu castelo: os meus pais são dois bobões babões!
Ainda na sala branca iluminada, o seu doutor me deu nota 10 de Apgar e a mamãe ficou toda orgulhosa e aliviada porque isso significa que eu sou um bebê perfeito e saudável. Minha mamãe fez tudo direitinho. Valeu mamãe!
Nesse dia que eu nasci, estava chovendo, frio e o céu estava cinzento, mas eu era o sol que brilhava naquela casa de fazer bebê vir ao mundo. Todo mundo que estava lá de branco, puxava a toalhinha que estava me cobrindo e me elogiava. A vovó e a titia Fernanda, que vieram do Brasil só pra me ver, também ficaram emocionadas quando me viram nos braços do meu papai e me encheram de buti-buti, tais como fofinho, lindinho, meiguinho, engraçadinho e todos os inhos do mundo. Ai, ai como eu fui mimado naquela manhã!
Eu e minha mamãe ficamos uma semana lá na casa de fazer bebê vir ao mundo. Foi meio chato porque não tinha internet lá 😉 Mas, tudo bem. Eu ocupei o tempo da minha mamãe e nós recebemos visitas e telefonemas. A mamãe ganhou flores e eu presentes.
As enfermeiras cuidaram de mim e da mamãe muito bem. Elas eram super legais e me chamavam de “pequeno Luka”. Todo dia elas me pesavam e eu passei em todos os testes feitos pelo pediatra. Aí, no domingo, nós fomos liberados pelo seu doutor e ele, quando se despediu de mim, também me elogiou bastante. Sabem, eu ainda não me vi no espelho, mas estou começando a acreditar que sou lindo mesmo.
Bom, continuando:
Quando eu, minha mamãe e meu papai chegamos em casa, fomos recebidos pela vovó, pela titia Fer e pelo Dicker. Foi uma festa – não tanto pelo gatinho gordo, que só sabia me olhar desconfiado – mas eu só queria saber de dormir. Enquanto eu dormia, minha mãe se deliciava com a comidinha feita pela minha vovó, tirava fotos e mais fotos e o flash da câmera acabou me acordando. Foi nesta hora que eu percebi o que o futuro me reserva. Eu fiquei parecendo cachimbo em roda de índio porque era passado de mão em mão. Em cada uma delas eu recebia um chameguinho. Quando eu voltava para os braços da mamãe, ela me beijava e me apertava e me amassava mais ainda. Ai, não é fácil ser lindo!
Os dias se passaram e eu e Dicker ficamos amigos. Meu papai se acostumou a dormir com as minhas sirenes e minha mãmãe, que é meio atrapalhadinha, já aprendeu – quer dizer, está aprendendo – a cuidar de mim como se deve. No começo, ela sofreu um pouquinho porque não conseguia me amamentar e quase ficou dodói pra valer, com os seios doloridos, mas aí a parteira cuidou dela e ela ficou ótima de novo, só que eu tive que começar a tomar leite artificial.
Com quinze dias de vida eu já estava rodando pneu pela Alemanha à fora. É que eu queria acompanhar minha vovó e minha titia nos passeios. Nós visitamos vários lugares e eu me comportei muito bem. Aliás eu adoro o balanço do carro do papai e do meu carrinho super poderoso, com mil e um apetrechos, quentinho, aconchegante e seguro.
Em casa eu já durmo perto do meu irmãozinho Dicker, acordo, como, tomo banho, dou risadinhas, mostro a língua, aperto os olhos, mexo as mãozinnhas, bato os pezinhos, tenho soluços, faço manha, faço dengo, faço xixi, faço cocô, faço minhas regurgitações quando mamo, esperneio um pouco e…choro.
Por falar nisso, ultimamente eu tenho chorado bastante por causa das cólicas. Minha mamãe chora junto comigo e nós acabamos fazendo a sinfonia do chororô. É mais ou menos assim: Eu fico nos braços dela chorando até os tímpanos dela se irritarem, estico as pernas ao máximo e chego até a arranhar o rosto dela quando ela tenta beijar minha cabeça na tentativa de me acalmar. Doce ilusão a dela! A coliquinha só dá uma pausa muito da sem vergonha e eu fico gemendo. Minha mamãe não aguenta me ver assim, neste estado de gemeção, e começa a chorar baixinho. Enquanto chora, ela canta uma musiquinha, bota a chupeta na minha boca, tira a chupeta da minha boca, me coloca de pé, me coloca deitado, dá chazinho, dá carinho e eu dou meus suspirinhos até que a cólica desiste de me importunar e eu durmo.
Tirando esse inconveniente, tudo corre a mil maravilhas. Ainda estamos tentando encontrar nosso ritmo e parece que estamos conseguindo, já que hoje até o laptop da mamãe saiu do castigo.
Bem, vou terminando porque preciso mamar. Mando para vocês, daqui do meu bercinho, um denguinho bem gostoso – daqueles que só bebês recém nascidos sabem fazer – uma risadinha desdentada e o meu olhar 43, aquele assim, meio de lado, já saindo, indo embora, louco por vocês…
Assinado: Lukinha